MAZELAS DA JUSTIÇA

Neste blog você vai conhecer as mazelas que impedem a JUSTIÇA BRASILEIRA de desembainhar a espada da severidade da justiça para cumprir sua função precípua da aplicação coativa das leis para que as leis, o direito, a justiça, as instituições e a autoridade sejam respeitadas. Sem justiça, as leis não são aplicadas e deixam de existir na prática. Sem justiça, qualquer nação democrática capitula diante de ditadores, corruptos, traficantes, mafiosos, rebeldes, justiceiros, imorais e oportunistas. Está na hora da Justiça exercer seus deveres para com o povo, praticar suas virtudes e fazer respeitar as leis e o direito neste país. Só uma justiça forte, coativa, proba, célere, séria, confiável, envolvida como Poder de Estado constituído, integrada ao Sistema de Justiça Criminal e comprometida com o Estado Democrático de Direito, será capaz de defender e garantir a vida humana, os direitos, os bens públicos, a moralidade, a igualdade, os princípios, os valores, a ordem pública e o direito de todos à segurança pública.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Justiça Corporativista - Juízes e promotores querem aumento disfarçado


Juízes e promotores querem aumento disfarçado - Rosane de Oliveira - 09/07/2009 - Em Zero Hora e no Blog da Rosane

Enganou-se redondamente quem achou que os juízes e promotores do Rio Grande do Sul iriam se rebelar contra a proposta de restabelecer o adicional de tempo de serviço, que na prática significa um aumento de 5% a cada cinco anos de trabalho e autoriza ultrapassar o teto salarial. Não só não haverá rebelião, como as entidades representativas dos membros do Ministério Público e do Poder Judiciário apoiam a proposta do deputado Régis de Oliveira (PSC-SP), com o argumento de que a volta do adicional de tempo de serviço "restabelece a noção de carreira de Estado, tal como previsto na Constituição da República, e constitui motivo de valorização e estímulo aos juízes e promotores".

Engraçado é que na época da campanha pela aprovação do subsídio, que praticamente dobrou o salário inicial de um juiz e de um promotor, o argumento era de que isso acabaria com os "penduricalhos". Ninguém falava no renascimento do tempo do serviço, muito menos que ele não seria computado para efeito de respeito ao teto salarial.

Veja a nota distribuída há pouco por quatro associações de classe:

"Nota Pública - Em face de notícias no sentido de que Comissão da Câmara de Deputados aprovou parecer do relator no sentido do restabelecimento do adicional do tempo de serviço para a Magistratura e o Ministério Público, as Associações signatárias prestam à opinião pública os seguintes esclarecimentos:

1) Reafirmam seu compromisso com a moralidade e a publicidade da Administração Pública, inclusive com relação aos vencimentos da Magistratura e do Ministério Público;

2) O adicional por tempo de serviço restabelece a noção de carreira de Estado, tal como previsto na Constituição da República, e constitui motivo de valorização e estímulo aos Juízes e Promotores;

3) Poder Judiciário e Ministério Público valorizados e independentes correspondem ao anseio da sociedade e da construção de um Estado Democrático de Direito.

Porto Alegre, 9 de julho de 2009. Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul, Associação do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho do Rio Grande do Sul e Associação dos Juízes Federais do Rio Grande do Sul"



COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Ora..ora... Vejam só como o mundo dá voltas. É a tartaruga se fazendo de polvo para apontar seus tentáculos na direção do erário. A oratória da moralidade dá lugar às novas reivindicações maquiavélicas sob o manto da legalidade.

É uma vergonha para o Brasil contar com defensores e guardiões da lei, da ordem e da justiça que propõem alterações nas leis para aumentar seus próprios privilégios, desprezando a igualdade e um dispositivo constitucional que, no seu texto original elaborado por uma assembléia constituinte, determina que os salários dos cargos dos Poderes Legislativo e Judiciário não podem ser superiores aos pagos no Poder Executivo (art. 37, inciso XII da CF promulgada em 05/10/2009).

É inconcebível que não se tenha no serviço público uma isonomia de salários entre os três Poderes, de modo a corrigir distorções e disparidades salariais entre servidores com cargos assemelhados. Respeitando a condição funcional, como pode um auxiliar de serviços gerais ou um motorista do Judiciário perceber o tríplo do salário de um policial que porta armas e arrisca a vida no submundo contra armas de guarra e poder financeiro e aliciador. Não é justo que dirigentes destes poderes privilegiados no Brasil ganhem de salário inicial o mesmo valor que um gestor do Executivo leva mais de 25 anos para receber.

Onde está a principal virtude da democracia que a IGUALDADE. Estes fatos nos levam à França, ao Palácio de Versalhes, à corte que se isolou dos seus vassalos, aos nobre senhores feudais que enriqueciam às custas do dinheiro público achando que circo e pão são suficientes para manter a servidão. Um dia a casa caiu, pois enfraqueceram justamente aqueles que faziam a linha de frente e pagavam todo o ônus destas farras.

Se altos salários resultassem em eficácia, não seriam tolerados a improdutividade dos poderes, a insegurança jurídica, a morosidade judiciária, as benevolências,as divergências, os questionamentos, as emendas que violam dispositivos constitucionais, o desrespeito às leis, os crimes contra os direitos humanos praticados dentro dos presídios e as decisões por pura convicção pessoal que produzem efeitos nocivos à ordem pública, à vida e ao patrimônio do cidadão brasileiro.

Toda vez que desejam achar um culpado, apontam para a inércia da sociedade, como se esta já não arcasse com tributos elevados para manter um Estado governante. Não se enxergam, não olham para o lado e não buscam atribuir responsabilidade uns aos outros, pois se autodependem para manter e aprovar privilégios.

Estes são os poderes brasileiros. Poderes manchados pela vergonha, pela ganância e pela disposição de desprezar o Brasil e seu povo, constituindo cartéis para elevar cada vez mais seus ganhos sem se importar com a possível falência institucional diante das demandas e da sua incapacidade operacional. Será que, com esta atitude, eles correspondem mesmo "ao anseio da sociedade e da construção de um Estado Democrático de Direito"?

2 comentários:

  1. Caro Jorge Bengochea. Infelizmente, no Brasil, os ditos “defensores e guardiães da Lei” são mera fixão. Não existe na realidade. Os promotores de Justiça do RS parece que estão dormindo.

    Isto por que, não se sabe qual a utilidade da existência desses funcionários públicos. É tudo um jogo de interesses.

    Temos juízes que, inclusive, causam prejuízos ao cidadão que procura a tutela jurisdicional, a fim de proteger o seu direito. Ocorrem inexatidões materiais gritantes em algumas decisões interlocutórias que, chega as raias do absurdo. Onde deveria, como a dita a lei, ser corrigido até de ofício.

    O pior de tudo, é que essas pessoas travestidas de juízes, são incapazes de reconsiderar as inexatidões materiais grotescas que, por óbvio, deve ser da lavra de algum assessor direto daqueles.

    Estou tão indignada, que vou tentar acesso aos meios de comunicações a fim de fazer uma denúncia a respeito.

    Aliás, no que tange ao judiciário, no caso de irregularidades cometidas por magistrados, existe a Corregedoria Geral da Justiça/RS que, como os demais sistemas falidos, também não tem serventia alguma. Isto por que, ao levar as queixas ao atual Corregedor, este manda as reclamações ao próprio juiz do qual estamos nos queixando, e tudo acaba em pizza.

    Ora. Nem poderia ser diferente, quando temos um Corregedor Geral da Justiça/RS, que declara em entrevista na TV, que “ainda bem que presos fogem... caso contrário não teria espaço nos presídios”. Qual a lógica, de tão ilustre corregedor?

    Um abraço,

    Olinda Fagundes de Paula
    Advogada

    Porto Alegre/RS

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  2. Republicando devido a erro de digitação, com acréscimo.


    Caro Jorge Bengochea. Infelizmente, no Brasil, os ditos “defensores e guardiães da Lei” são mera fixão. Não existe na realidade. Os promotores de Justiça do RS parece que estão dormindo.

    Isto porque, não se sabe a que se presta a existência desses funcionários públicos. Se um cidadão recorre a estes, como guardiões da lei, ficam omissos. Mesmo em se tratando de idosos, a maioria com mais de 70 (setenta) anos de idade.

    No judiciário não é diferente. Temos juízes que, inclusive, causam prejuízos ao cidadão que procura a tutela jurisdicional, a fim de proteger o seu direito. Ocorrem inexatidões materiais gritantes em algumas decisões interlocutórias que, chega as raias do absurdo. Onde deveria, como dita a lei, ser corrigido até de ofício.

    O pior de tudo, é que essas pessoas travestidas de juízes, são incapazes de reconsiderar as inexatidões materiais grotescas que, por óbvio, deve ser lavra de algum assessor direto.

    Estou tão indignada, que vou tentar acesso aos meios de comunicações a fim de fazer uma denúncia a respeito. Estou comprando a briga. Irei também, a Corregedoria Nacional da Justiça-DF. Qual seja, terei que gastar para tanto, pois devo enviar cópias integrais, de 2 (dois) processos, ambos com mais de 600 folhas. Sem falar nas demais despesas.

    Aliás, no que tange ao judiciário, no caso de irregularidades cometidas por magistrados, existe a Corregedoria Geral da Justiça/RS que, como os demais sistemas falidos, também não tem serventia alguma. Isto por que, ao levar as queixas ao atual Corregedor, este manda as reclamações ao próprio juiz do qual estamos nos queixando, e tudo acaba em pizza.

    Ora, nem poderia ser diferente, quando temos um Corregedor Geral da Justiça/RS, que declara em entrevista na TV, que “ainda bem que presos fogem... caso contrário não teria espaço nos presídios”. Qual a lógica de tão ilustre corregedor?

    Um abraço,

    Olinda Fagundes de Paula
    Advogada

    Porto Alegre/RS

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