MAZELAS DA JUSTIÇA

Neste blog você vai conhecer as mazelas que impedem a JUSTIÇA BRASILEIRA de desembainhar a espada da severidade da justiça para cumprir sua função precípua da aplicação coativa das leis para que as leis, o direito, a justiça, as instituições e a autoridade sejam respeitadas. Sem justiça, as leis não são aplicadas e deixam de existir na prática. Sem justiça, qualquer nação democrática capitula diante de ditadores, corruptos, traficantes, mafiosos, rebeldes, justiceiros, imorais e oportunistas. Está na hora da Justiça exercer seus deveres para com o povo, praticar suas virtudes e fazer respeitar as leis e o direito neste país. Só uma justiça forte, coativa, proba, célere, séria, confiável, envolvida como Poder de Estado constituído, integrada ao Sistema de Justiça Criminal e comprometida com o Estado Democrático de Direito, será capaz de defender e garantir a vida humana, os direitos, os bens públicos, a moralidade, a igualdade, os princípios, os valores, a ordem pública e o direito de todos à segurança pública.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

ZÉ DIRCEU, PORTO ALEGRE É DEMAIS!


ZERO HORA 22 de maio de 2014 | N° 17804 ARTIGO

IVAN MELGARÉ*

Na Capital, os condenados em regime semiaberto, mesmo os presos, com negativa de recorrer em liberdade, tão logo iniciada a execução da pena, via de regra, são mandados para casa, com ou sem tornozeleira eletrônica. E não são crimes sem violência como os do mensalão. São casos de estupro, roubo com emprego de arma etc.

O argumento para a medida mágica, sim, pois ela impede a explosão do sistema penitenciá-rio, é a “falta de vagas em casas do regime semiaberto, ou caso o sentenciado não possa ser recolhido nas existentes por risco à sua integridade física”. Risco este, presumido, ou simplesmente declarado pelo condenado.

Porto Alegre tem também uma lista de condenados esperando tornozeleira. Sabe onde eles aguardam, senhor Zé Dirceu? Em “prisão domiciliar”, sem qualquer controle.

Para a obtenção do trabalho externo, a situação aqui também é bem mais tranquila que nos rigores do Planalto. Basta apresentar declaração de emprego, que, posteriormente, uma equipe de fiscalização, por amostragem, vai conferir se o preso está em seu ofício. É questão de sorte, ou azar, ser flagrado no batente.

E a segurança do cidadão, como fica?

Essa original interpretação da norma não é pacífica no Judiciário gaúcho. Órgãos fracionários do TJRS constantemente reformam tais decisões, porém, os critérios são soberanamente mantidos no primeiro grau, ensejando um número insuperável de recursos e, naturalmente, novos presos em prisão domiciliar.

A lei é a mesma em Brasília e aqui nos pampas, mas a realidade é bem diversa, pelo que, aplicada essa regra, os condenados do mensalão certamente teriam tratamento mais brando.

Então, Zé Dirceu, vem pra cá!


*PROCURADOR DE JUSTIÇA

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